Alagoas (AL)
A História Completa do Estado de Alagoas.
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A História Completa do Estado de Alagoas.
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O estado de Alagoas, na Região Nordeste, é um dos menores em área do país. Possui hoje 3,35 milhões de habitantes, sendo a sua capital, Maceió, o município mais populoso.
Alagoas é um estado brasileiro que compõe a Região Nordeste, com capital no município de Maceió. Seu relevo é formado por depressões e planaltos, e os climas encontrados no estado são semiárido e tropical. A atual população alagoana é de pouco mais de 3,35 milhões de habitantes, vivendo a maioria nas cidades. Atualmente, a economia alagoana se destaca pela produção de cana-de-açúcar e pela indústria ligada a esse cultivo.
Região: Nordeste.
Capital: Maceió.
Governo: democracia representativa, com o governador à frente do Poder Executivo estadual.
Área territorial: 27.830,656 km² (IBGE, 2020).
População: 3.351.543 habitantes (estimativa IBGE, 2020).
Densidade demográfica: 112,33 hab./km² (IBGE, 2010).
Fuso: Horário Padrão de Brasília (GMT -3 horas).
Clima: semiárido e tropical.
O estado de Alagoas está localizado na Região Nordeste e tem como capital Maceió. Possui uma superfície de 27.830,65 km², a terceira menor dentre as unidades federativas (considerando o Distrito Federal).
A leste, o território alagoano possui saída para o Oceano Atlântico, com faixa litorânea de 229 km. Faz fronteira:
ao norte, com Pernambuco;
a oeste, com a Bahia; e
ao sul, com Sergipe.
O estado se divide ainda entre três das quatro sub-regiões do Nordeste, sendo elas: o Sertão, o Agreste e a Zona da Mata, de oeste a leste nessa mesma sequência.
Clima de Alagoas
Dois tipos climáticos são predominantes em Alagoas. O primeiro é o semiárido, que abrange todo o oeste do estado. É caracterizado pelos baixos índices de umidade do ar atrelados às elevadas temperaturas e longos períodos de estiagem. A média pluviométrica anual varia entre 400 e 600 mm no Sertão. No Agreste, esse índice pode chegar a 900 mm.
O segundo clima é o tropical úmido, que prevalece nas terras situadas a leste. Assim como o primeiro, é marcado pelas temperaturas elevadas, que variam entre 23º C e 28º C (com exceção das áreas elevadas, onde as condições são mais amenas), mas apresenta chuvas mais abundantes e maior umidade do ar. A média pluviométrica é de 1.000 mm a 1.600 mm anuais, superando 1.900 mm em algumas áreas litorâneas.
Relevo de Alagoas
O relevo de Alagoas é formado predominantemente por depressões e planaltos, com média altimétrica de 300 metros.
A oeste do território, conforme a classificação proposta por Jurandyr Ross, observam-se as feições características da Depressão do São Francisco, onde é possível encontrar também áreas isoladas de maior altitude. Pelo norte e nordeste, estende-se o Planalto da Borborema, enquanto, a leste, estão as Planícies e Tabuleiros Litorâneos. O ponto culminante de Alagoas fica na Serra da Onça, situada a 1.016 metros acima do nível do mar.
Vegetação de Alagoas
A cobertura vegetal alagoana é formada por espécies características de dois biomas:
- Caatinga, que se estende pelo oeste do estado e é caracterizada por árvores caducifólias (que perdem suas folhas na estação seca), xerófitas, arbustos e gramíneas;
- Mata Atlântica, a leste, composta por florestas.
As terras úmidas da costa são recobertas por vegetação litorânea, como mangues e restingas.
Hidrografia de Alagoas
A rede de drenagem de Alagoas pertence às bacias do Rio São Francisco (oeste) e do Atlântico Nordeste Oriental (leste). Entre os seus principais cursos d’água estão os rios Mundaú, Camaragibe, Coruripe, Ipanema, Manguaba e São Francisco.
O estado de Alagoas possui 3.351.543 habitantes, conforme as estimativas do IBGE para 2020. Esse total é equivalente a 5,8% da população da Região Nordeste e 1,5% da brasileira. O território é densamente povoado, com distribuição populacional de 112,33 hab./km², à época do censo de 2010. Com os dados atuais, calcula-se que a densidade demográfica de Alagoas seja de 120,42 hab./km².
A maior parcela dos alagoanos vive nos centros urbanos, sendo a taxa de urbanização do estado de 73,63%. Maceió é a sua cidade mais populosa e a 14ª capital em população do Brasil, com 1.025.360 habitantes. Na sequência está Arapiraca, que conta com 233.047 moradores. Pindoba é o município alagoano menos populoso, reunindo 2.905 habitantes.
A taxa de crescimento populacional recente do estado foi de 0,42% (entre 2019 e 2020), mais baixa do que a nacional (0,77%). Somente a capital alagoana foi responsável por quase metade do número de novos moradores, que foi de pouco mais de 14 mil. Destaca-se ainda que o estado registra hoje baixa expectativa de vida (72,7 anos), se comparada à média do país.
O território alagoano é dividido pelo IBGE em regiões geográficas imediatas e regiões geográficas intermediárias. Sendo assim, os 102 municípios do estado são agrupados em 11 regiões imediatas, as quais se dividem em duas regiões intermediárias da seguinte forma:
Maceió (leste do estado):
Ponto Calvo – São Luís do Quitunde;
Maceió;
São Miguel dos Campos;
Penedo;
União dos Palmares;
Atalaia.
Arapiraca (centro e oeste do estado):
Arapiraca;
Palmeira dos Índios;
Delmiro Gouveia;
Santana do Ipanema;
Pão de Açúcar – Olho d’Água das Flores – Batalha.
O Produto Interno Bruto (PIB) de Alagoas é de R$ 54,41 bilhões, o que corresponde a uma parcela de 0,8% da economia brasileira. Levando em consideração todas as unidades federativas, o estado fica na 20ª colocação. A maior parcela do valor adicionado corresponde ao setor terciário ou de serviços. Desconsiderando a administração pública, sua fatia é de 44,65%. A agropecuária responde por 16,62%, ao passo que a indústria é responsável por 12,01%.
A agropecuária do estado é liderada pelo cultivo de cana-de-açúcar, sendo Alagoas um dos dez maiores produtores nacionais, e também pela criação bovina. Por conseguinte, o leite fica entre os principais produtos oriundos do setor primário. A agricultura alagoana é composta também pelas lavouras de arroz, milho, feijão, mandioca, banana e laranja.
Seguindo a produção primária, o setor sucroalcooleiro integra a indústria de transformação alagoana. Destaca-se a extração de petróleo e gás natural para a produção de combustíveis e outros derivados, como borrachas e plásticos. A indústria do estado é composta também pela construção civil, carro-chefe do setor secundário, alimentícia, serviços de utilidade pública, bebidas e minerais não metálicos.
O governo do Alagoas é uma democracia representativa. A população elege os seus governantes por meio de eleições estaduais, que são realizadas periodicamente, em um intervalo de quatro anos. O Poder Executivo estadual tem à sua frente o governador. O Legislativo alagoano, por sua vez, é formado por 3 senadores, 9 deputados federais e 27 deputados estaduais.
Com a maioria da população vivendo em áreas urbanas, a rede de eletrificação alagoana abrange quase todos os domicílios do estado. O acesso à água tratada e ao sistema de esgoto, entretanto, é significativamente menor. No ano de 2019, 75,4% da população possuía acesso à rede de água, índice maior nas cidades (89,5%). A rede de esgoto atendia 28,6% da população urbana e uma parcela de apenas 15,6% do esgoto gerado era tratada, evidenciando um sério gargalo nos serviços de saneamento básico do estado.
A matriz energética alagoana é composta, em sua maioria, por fontes renováveis, lideradas pelo bagaço da cana-de-açúcar. A hidráulica é a segunda maior força geradora de energia no estado, seguida do caldo de cana e do gás natural. Em função da grande incidência de raios solares na maior parte do ano, a energia solar tem ganhado cada vez mais espaço na matriz alagoana.
Os transportes são efetuados principalmente por meio das rodovias. Dentre elas se destacam a BR-101, BR-110, que cruza parte do Nordeste, do Rio Grande do Norte à Bahia, BR-104 e BR-116. O principal porto do estado fica na capital, que é o Porto de Maceió. O Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares é passagem anual de cerca de dois milhões de pessoas e é responsável também pelo transporte de cargas.
O estado de Alagoas dispõe de uma rica cultura, formada a partir da influência de indígenas, europeus e africanos. Entre as formas de manifestação cultural mais populares no estado estão os trabalhos manuais, como os bordados, e o artesanato realizado com matérias-primas, como fibra de bananeira, palha, cascas de coco, madeira e outros.
Algumas das festas populares do estado são: Reisado, Cavalhada, Guerreiro, Caboclinhos, Festa do Mar, Peja e outras. A gastronomia alagoana possui uma grande variedade de preparos, muitos dos quais levam em sua receita os frutos do mar. Um dos pratos típicos de Alagoas é o sururu de capote, feito com parte dos mariscos na casca e leite de coco.
Além das belas praias e paisagens naturais que são grandes atrativos turísticos, como é o caso de Maragogi, Alagoas possui lugares históricos tombados como patrimônio cultural do Brasil. Um deles é a Serra da Barriga, considerada também patrimônio do Mercosul em 2017. Foi lá que se estabeleceu a sede do Quilombo dos Palmares, entre o final do século XVI e século XVII, considerado o maior quilombo do país e da América Latina.
O século XVI foi marcado pela chegada dos portugueses no Brasil a partir do litoral nordestino, região habitada à época por diversas populações indígenas. As expedições incluíram o atual estado do Alagoas. A área também despertou o interesse de outros povos europeus, como os franceses, que acabaram se estabelecendo no litoral alagoano no mesmo período. Os portugueses conseguiram retomar o domínio sobre as terras em 1535, sob a liderança de Duarte Coelho.
Os holandeses, por sua vez, aportaram no Nordeste quase um século mais tarde, em 1630, avançando pelo território de Alagoas. Após inúmeros conflitos diretos, os holandeses foram finalmente expulsos da região no ano de 1645.
Nesse mesmo intervalo de tempo, outro episódio importante da história brasileira se desenrolava na Zona da Mata alagoana. Um grande número de pessoas escravizadas nos engenhos de açúcar da então capitania de Pernambuco fugiu e formou o Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas. O quilombo teve cerca de 20 mil habitantes e era liderado por Zumbi, tornando-se um grande símbolo de resistência das populações africanas na América Latina. Alvo tanto dos portugueses como dos holandeses, Palmares foi destruído em 1694.
O território alagoano foi elevado à condição de capitania no ano de 1817, sendo até então uma comarca. Tornou-se um estado a partir da Proclamação da República, ato realizado pelo alagoano Deodoro da Fonseca, em 1889. Dois anos mais tarde, em 1891, foi promulgada em Alagoas a sua primeira Constituição estadual.