Pernambuco (PE)
A História Completa do Estado de Pernambuco.
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A História Completa do Estado de Pernambuco.
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A História de Pernambuco é marcada por conflitos entre indígenas e portugueses, dominação holandesa e até mesmo uma tentativa de independência.
Descubra a história de um dos mais antigos estados do Brasil.
O território onde hoje é o estado de Pernambuco era povoado por diversas tribos indígenas como caetés, cariris e tabajaras, dentre outras etnias.
Cada uma tinha sua língua e costumes e muitas vezes eram inimigas entre si. Este fato foi importante para os europeus, pois estes faziam alianças com diversos povos indígenas a fim de conquistar o território.
Através do sistema de Capitanias Hereditárias, Duarte Coelho tomou posse da Capitania de Pernambuco, chamada inicialmente de Capitania Nova Lusitânia. Em 1535 foi fundado o povoado de Olinda e em 1537, esta passou a ser Vila.
Igualmente, em 1537, foi fundada a cidade de Recife.
Nem todas as Capitanias Hereditárias foram bem-sucedidas, mas graças ao cultivo da cana-de-açúcar, a Capitania de Pernambuco prosperou.
A princípio, os portugueses utilizaram a mão de obra escrava indígena na lavoura da cana.
No entanto, os senhores de engenho passam a usar pessoas escravizadas negras nas plantações, devido ao lucrativo comércio de escravos com as colônias portuguesas na África.
A Capitania de Pernambuco compreendia um território bem maior que o atual. Incorporava o que chamamos hoje de estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará e parte da Bahia.
Já no final do século 16, a Capitania de Pernambuco se tornara uma das mais ricas da colônia. Este fato atraiu a atenção de ingleses, holandeses e franceses que organizaram expedições para tomar a então capital, Olinda.
Importante lembrar que, nesta época, Portugal estava unido à Espanha, no período conhecido por União Ibérica. Por sua vez, a Espanha estava em guerra com a Inglaterra e a Holanda.
Assim, tanto fazia invadir Olinda como Sevilha. Os ingleses, aliados com os holandeses, tomaram Recife em 1595 e levaram vários produtos valiosos como o açúcar, madeiras e algodão.
A partir daí, a Capitania organizou duas companhias para a defesa de Recife e de Olinda.
A invasão holandesa tem início na Bahia em 1624 e foram expulsos da capital graças à ação de uma armada luso-espanhola um ano depois.
No entanto, voltariam à carga para conquistar um pedaço do comércio açucareiro invadindo Recife e Olinda, em 1630.
Apesar dos ferozes combates – Olinda foi incendiada – os holandeses se estabeleceram naquelas terras até a eclosão da Insurreição Pernambucana em 1645.
A Guerra dos Mascates ocorreu entre 1710 e 1711 entre os senhores de engenho concentrados em Olinda e comerciantes portugueses que viviam em Recife.
Muitos historiadores apontam esta guerra como a primeira rebelião de caráter nativista do Brasil. Afinal, o conflito colocou em lados contrários a elite branca já nascida no Brasil e os portugueses recém-chegados da metrópole.
A Confederação dos Cariris ou Guerra do Bárbaros foi uma série de batalhas ocorridas entre os anos de 1683 a 1713.
Após a expulsão dos holandeses, os colonizadores portugueses continuaram se expandir em direção ao sertão nordestino. Buscavam aumentar as lavouras de açúcar e algodão, além do pasto para o gado.
No entanto, algumas tribos indígenas como os Cariris, Crateús e Cariús, se uniram e passaram atacar as fazendas.
Com o objetivo de derrotá-los, os proprietários nordestinos tiveram que trazer bandeirantes paulistas para combatê-los. A Confederação dos Cariris terminou somente em 1713 quando os últimos focos de resistência foram exterminados no Ceará.
Na primeira metade do século 19, vários territórios do continente americano se rebelam contra a dominação europeia.
Desta maneira, inspirados pelas ideias iluministas e pela Independência dos Estados Unidos, um grupo de insurgentes planeja a emancipação da agora província de Pernambuco.
Vitoriosos num primeiro momento, os participantes conseguiram instaurar um governo provisório republicano, estabelecer a liberdade de culto e de imprensa.
Foram duramente reprimidos pelas tropas enviadas por Dom João VI. Como punição, quatro participantes foram executados e o território de Alagoas passou a ser uma província independente.
A Confederação do Equador foi uma revolta de caráter separatista e republicano ocorrida em Pernambuco em 1824. Ela deve ser entendida dentro do contexto do Primeiro Reinado, quando governava Dom Pedro I.
O Imperador havia convocado uma Assembleia Constituinte para que esta elaborasse a Carta Magna do novo país. Porém, insatisfeito com o resultado, resolve dissolvê-la e outorga uma Constituição de tônica centralizadora.
A Confederação do Equador foi duramente reprimida pelas tropas imperais que atacam o Recife e alguns dos seus líderes, como Frei Caneca, foram executados.
A Revolução Praieira foi um movimento de caráter liberal. Defendia a liberdade de imprensa, a nacionalização do comércio varejista e o fim do Poder Moderador.
Os protestos começaram na sede do jornal Diário Novo, localizada na Rua da Praia, e seus integrantes eram conhecidos como "praieiros". O combate começou em Recife, mas logo se espalhou pela Zona da Mata pernambucana.
A rebelião só teria fim dois anos mais tarde com a intervenção imperial e vários dos seus líderes foram anistiados.
No Recife se estabeleceu a primeira sinagoga das Américas, em 1630.
A bandeira do estado de Pernambuco é a mesma utilizada pelos insurgentes da Revolução de 1817.
Olinda foi a segunda cidade brasileira declarada Patrimônio da Humanidade em 1982. A primeira foi Ouro Preto-MG.
Economia de Pernambuco
A economia de Pernambuco é bastante diversificada e uma das mais desenvolvidas da região Nordeste. As atividades primárias estão concentradas na agricultura, com destaque para as monoculturas de cana-de-açúcar e algodão, no litoral, e a fruticultura irrigada, na região do vale do rio São Francisco.
Já no setor secundário, a maior parte das indústrias está localizada no litoral pernambucano. Na Zona da Mata, predominam fábricas de alimentos, automóveis, produtos farmacêuticos, artigos metalúrgicos, vidros, entre outros. No Agreste, existe uma concentração de fábricas de roupas. O Sertão pernambucano possui atividade industrial incipiente. O terceiro setor é caracterizado pela forte presença de comércio e serviços, em especial em grandes cidades, como Recife e Caruaru.
Pernambuco é o décimo estado mais rico e tem o décimo sétimo maior PIB per capita entre os integrantes da federação brasileira. Em nível regional, o estado possui o segundo maior PIB do Norte-Nordeste do país e o maior PIB per capita entre os estados nordestinos.
O turismo também é uma importante atividade econômica do estado, com destaque para a exploração das belas praias pernambucanas.